quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Srs polícia


É oficial, estou dirigindo. Ainda não digo que bem. Desviar de buracos ainda é um sério problema pra mim, o carro dá umas engasgadas sem motivo aparente, os ônibus teimam em me dar farol alto quando eu to na direita, ninguém entende que o motivo de parar longe do carro da frente é porque eu espero que façam o mesmo comigo.

Eu achei que esse processo seria bem mais doloroso do que de fato foi. Cheguei a cogitar ter aulas de volante com um psicólogo, SEI LÁ, eu tava desesperado e tenho prazo pra começar a dirigir sozinho. Meu emprego tá dependendo disso aê, não dá pra bobebar. Tem mais gente contando comigo nisso. Eu dirigindo foi pura NECESSIDADE, eu nunca tive vaidade, orgulho ou VONTADE de dirigir. Sério, nunca quis. Tirei carta porque tava na idade, tipos fazer catequese.

Daí que comprei o caralho do carro e não teve saída, vamo aprender a dirigir. Meu pai me acompanha toooodo dia pro trabalho de manhã e volta com o carro pra casa, porque eu ainda me cago de ir sozinho. Tinha problema com caminhões e no meu caminho tem terminais de carga, tinha problema com rampas e no meu caminho tem umas subidas que mais parecem looping. Treinei, treinei e treinei. Pronto, passou, tá tudo bem agora. Falta a prática, mas eu sei que posso parar numa subida e não vou passar – tanto – vexame.  Quanto aos caminhões eu ainda solto uns gritos quando algum passa perto, mas TO SUPERANDO.

Daí que hoje, to eu lindo e maravilhoso próximo já do trabalho e eis que surge um SR POLÍCIA no meu próprio caminho acenando para que eu: parasse? Fiquei na dúvida e meu pai me lembrou que eu deveria PARAR hahaha Gente, que sensação terrível. Era como se eu tivesse roubado um carro, fosse um fugitivo internacional e no porta-malas eu estivesse carregando 300Kg de cocaína. A gente ta com tudo certo, documentação em dia, mas o psicológico NÃO ENTENDE.

Bom dia, seus documentos e a documentação do veículo. E CADÊ a coordenação motora pra tirar os documentos da carteira? Sério, eu tremia tanto, mas tanto. mas.TANTO. Fico pensando se esse pavor rola com todo mundo. Porra, eu não tinha NADA de errado, mas o medo tomava conta. E ter medo de quem – teoricamente, veja bem, utopia etc – ta ali pra cuidar da gente é uma parada totalmente irracional. Pediram meu endereço e telefone, acho que tinham meta pra cumprir, sei lá. Depois que ele devolveu os documentos e desejou um bom dia, saí todo atrapalhado dando ré – estamos trabalhando nisso – e vi que outro cara do meu trabalho também estava sendo parado.

Ufa, né, pelo menos não sou só eu que tenho cara de que precisa ser parado em batida policial. Saí de lá pensando se isso não é uma forma de identificar a pessoa. Se nego se treme todo, certeza que tá tudo certinho. Se agir normalz é porque OPA, tem alguma coisa errada nissaê. Lógico que inquietação e olhos dilatados devem ser levados em conta, mas deveriam adotar o nervosismo de quem ta passando por isso como fator decisório pra liberar mais rápido a passagem. Not fair. Cagaço ficar lá com os Srs polícia.

Chegando no trabalho ainda tive que ouvir piadinha, porque eu contei que os polícia pediram o telefone e o outro cara disse que pra ele não pediram nada não. No cu dos outros é refresco, blz. Minha prima me contou que a primeira vez que a pararam ela já tinha 30 anos DE CARTA. Se tremeu toda também, desaprendeu a falar. Ainda bem que já foi logo comigo, era um dos meus medos.

E assim como todos meus medos: acontecem. Mas é bom, porque daí eu já vejo que não é assim aqueeeeeeeele monstro que eu imagino. Ainda tenho medo de atropelar ciclistas e velhos atravessando a rua. Não percam os próximos capítulos. 

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