quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Retrospectiva musical 2010




Algumas das músicas que mais me fizeram dançar nesse ano. Eu dei uma pequena Hgada no final, mas eu to cansado e só não queria deixar de postar. Maior pregs de gravar tudo novamente.
Enjoy!

E ah, nesse novo lugar que eu upei, ele deixa pular de música, que aí facilita a vida de quem ouve.

Beajs

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Marido e Mulher.


Tem uma coisa que eu preciso falar.

Sábado foi o casamento no civil da minha prima de dezessete anos. Dezessete anos. Completos no dia anterior do casório. O noivo tem dezenove, completos dois dias antes.
Eu lembro do dia em que contaram do casamento pra mim, sabe. Final do ano passado. E eu fiquei tão bravo, tão possesso, tão... irritado. Como assim ela iria casar?

Ela foi a primeira prima que nasceu depois de mim, então meio que foi a primeira pessoa que eu acompanhei depois de nascer, entende? Uma coisa meio fraternal, quase paterno. A gente vivia saindo na porrada quando pivetes, coisa de criança. Sempre achei que ela era agitada demais, imponente demais, esperta demais...

Desde cedo namoradeira. Primeiro erro meu: achar que ela seria dessas desprendidas. Eu jurava que ainda iria curtir balada com ela, que a gente ia se divertir muito nas noitadas da vida. Afinal, quando menores a gente passou tanto tempo junto, a gente amava dançar. Acho que era o único momento que a gente não brigava, porque naquele momento não era competição, eramos só os dois tendo que fazer tudo igual e se divertindo.

Só sei que na minha cabeça eu estava decidido a impedir a este casamento. Eu queria conversar com ela, falar e mostrar o tanto do mundo que ela estava perdendo. Que se casar é um erro e que ela ainda precisaria viver muito pra casar! Conhecer mais pessoas. Melhores ou piores, não sei. Mas definitivamente mais pessoas. Levar um tapinha ou dois da vida!

Eu não tenho, nem nunca tive nada contra o rapaz. Mas ele – um - não é bonito e – dois - não é rico. Então eu n-ã-o e-n-t-e-n-d-o pra quê toda essa pressa. A mãe dela é de fato um inferno, mas convenhamos, qual não consegue ser? Há outros meios de se desviar disso sem ter que rasgar sua certidão de nascimento.

E assim ficou. Todo um discurso pronto na minha mente. Coragem que é bom pra dizer tudo isso na cara nunca me veio e o tempo foi passando. O ano voou e quando eu notei, faltavam apenas uns três meses pro casamento e aí que o tal tapinha da vida veio. Só que não só pra ela, o filho da puta também veio pra mim.

Cheguei em casa e vi minha mãe com o olho inchado e disse que depois precisava conversar. Tremi. Porque quem deve, teme. Sou desses. E então depois que foi todo mundo dormir ela veio me contar, que minha prima veio em casa, pra pedir que meus pais fossem padrinhos de casamento dela. E meu pai, delicado as usual, disse que não iria participar daquela palhaçada, que não ia empurrá-la pro buraco e que se ela estava querendo se foder, que fosse sozinha, que dele ela não teria a companhia e apoio, que o que ela estava fazendo não se fazia com um pai (dela. que é contra, mas não se impõe, só sofre e desabafa com a gente) e que se ela era tão dona da própria vida, que casasse sozinha, sem ninguém da família.

Choro. Minha mãe falou que ela estava até sem reação. De todos, ela certamente não esperava isso do meu pai, que é um cavalo, mas né? Limites. E pra completar, minha mãe ainda contou que um outro casal de primos também não havia aceitado ser padrinhos de casamento dela. Quer dizer, família que é bom, nada. Mas até aí, qualquer um pode se negar a fazer alguma coisa, né? Foi meu primeiro pensamento. E então ela me diz, que pediu pra minha madrinha, que tem o namorado mais chato do mundo, pra ser madrinha na igreja pelo menos. E minha madrinha disse que iria, mas comigo, porque com o namoradocu dela, não iria acontecer, por todos os motivos que toda a minha família já conhece.

Eu já fui logo botando banca de E-PA PÓ-PÁ-RÁ com isso aí que comigo ninguém tinha falado nada e que eu também poderia falar não. E aí chega minha madrinha em casa. E minha mãe conta pra ela que meu pai falou bobagens e magoou a menina. E aí ela solta uma simples frase: a vida é dela. Sério, a vida É dela. E ok, ninguém precisa fazer parte disso se não tiver a fim, mas daí eu tive que concordar, a família pelo menos deveria estar ali pra apoiar, né?

E o que mais me doeu foi me ver dentro daquela situação. Então assim, nego acha que determinada coisa é errada e que fará mal pra fulano. O que fazer? Pô, bora todo mundo virar as costas e quando ela se foder, a gente diz que VIU, POR ISSO QUE EU NÃO TAVA LÁ CONTIGO.

Doeu quando eu percebi que esse meu preconceito com casamento me cegou de uma forma, que eu me senti no direito de julgar minha prima e supor que eu era muito melhor do que ela só por ver aquela situação do lado de fora e que eu podia meter o dedo e decidir coisas. E que eu poderia mudar coisas. Exatamente a situação que eu mais detesto no mundo. É como meus pais se virassem pra mim e dizessem que não, eu não poderia ser gay. E que é errado e que não vai dar certo e que desculpaê, eles não vão poder fazer parte disso não. E não só meus pais, minha família toda. A família toda sempre falou barbaridades por detrás das costas da menina que só queria uma coisa: casar. E eu? O que será que não falam de mim por aí, que até hoje não apareci com namorada em casa? Nojo desse mundo.

Nojo de mim, sentimento de culpa eterno por estar do outro lado dessa vez, deste lado preconceituoso da história. E perceber que a gente não nota o quanto pode estar errado é assustador demais pra mim. Eu não sei se esse casamento vai dar certo, eles podem ficar juntos três meses e se separar, assim como podem ser felizes e passar a vida toda como um casal exemplo. Mas isso não tem ninguém pra falar, é só a convivência. E mesmo que seja uma certeza absoluta de ato falho, levando em conta que a gente conhece a cabeça dos dois e a gente sabe que quando as contas começam a chegar a fantasia acaba. E DAÍ? É o que ela quer. E a única coisa que ela pediu foi a presença das pessoas ao lado dela nessa decisão. E tanta gente se negou...

A cerimônia na igreja ainda não aconteceu, mas para a lei ela já é uma senhora casada. Fotografei o momento no sábado. Os padrinhos dele foram primos, os dela foram amigos da igreja. Porque nenhum ‘casal’ da nossa família aceitou. Na igreja eu estarei no altar com a minha madrinha. Orgulhoso por essa coragem dela de enfrentar o mundo pra conseguir seja lá o que ela esteja querendo. E torcendo do fundo do coração para que eles sejam felizes de verdade e que juntos consigam se erguer quando preciso. E se nada der certo mesmo, eu também estarei lá pra encaminhá-la pro bar mais próximo.

Nesse momento eu não sei dizer o que eu penso mais sobre o casamento em si, mas eu sei que quando eu vejo noivos agora, me passa na cabeça que naquele exato momento é o que eles querem. E que assim seja! Ponto.

domingo, 7 de novembro de 2010

Like the 4th of July.

To tão apaixonado por Firework da Katy Perry, que não resisti e fiz alguns gifs só pra eu ficar revendo eternamente:





Mas não se preocupe, Ke$ha. As três que vazaram de Cannibal me animam muito mais.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Holidays


Quero um amor desses.
E uma câmera daquelas também, se não for pedir demais.

sábado, 30 de outubro de 2010

Mixtape #004

Quanto mais a gente vive, mais percebe o quanto ainda tem pra viver e o quanto a gente não conhece. Mixtape amor, de músicas que eu tenho ouvido bastante pra pensar, pra parar por um minuto, acender um cigarro e ver que tudo vai melhorar. Tem que melhorar. E vai.




E como eu não sou rico, minha cota no SoundCloud terminou, então agora vamos de 4shared mesmo.
Bom é saber que a gente tem alguém.

Parabéns, Érika.

domingo, 17 de outubro de 2010

Mixtape #003

É pra todo mundo curtir, mas foi feita pra Érika, com amor.

# 003 by voragem

A Start With No Ending – The Magic Numbers
The Reeling – Passion Pit
Rain – Mika
Darling, It’s True – Locksley
Well, Well, Well – Duffy
1901 – Phoenix
My Girlfriend’s Boyfriend – Her Space Holiday

Ninguém sai da frente.



Ninguém sai da frente, todo mundo gosta de ficar na frente. A gente sai de casa e parece que coloca uma placa em neon verde limão na testa: ‘Estou atrasado, por favor, complique minha vida, pare na minha frente’. O taxista sempre amigão quer contar história quando eu só quero que ele conte logo o meu troco e destranque as portas. No começo do ano eu havia colocado na minha listinha de metas que pegar ônibus pra viajar seria passado, mas tudo bem, ainda não estava no final do ano, ainda havia tempo pra bater essa.

Não sou irresponsável. A culpa não é minha se o emprego dos meus sonhos pode finalmente ser meu e tudo o que eu preciso é de uma passagem de ônibus e de uma noite mal dormida. Se não tivesse mais lugar no último ônibus de hoje, amanhã ainda daria tempo, mas eu queria ter um dia de diferença já lá, para que eu pudesse descansar e respirar direito o ar daquele lugar que tanto eu gostava. Sem mencionar uma noite bem dormida, porque ônibus é uma coisa que definitivamente não foi feita pra dormir.

Já na fila, uma pessoa só na frente. Qual a dificuldade das pessoas de escolher um lugar? Se você está com alguém, escolha dois lugares juntos. Ponto. Se você ta sozinho, não faz diferença, escolha janela ou corredor. Ponto. Mas não, a tal senhora admirava a tela com os assentos vazios, ela ia pra algum lugar do interior provavelmente, uma grande bolsa apoiada no ombro esquerdo, uma sacola plástica na outra mão, com as agulhas de tricô incriminando sua ociosidade.

Finalmente minha vez. A tela dessa vez mostrava-se toda pintada, apenas um lugar vazio. E era corredor. Como eu odeio corredor, não consigo apoiar a cabeça na janela, e as pessoas que resolvem usar o banheiro durante o trajeto sempre pisam no seu pé, que acaba escapando da reta da poltrona. Sem mencionar os quadris largos, que adoram esbarrar em tudo e em todos. Ser gordo, meu senhor, é comum. Ser inconveniente é uma doença. Mas costumes de lado, escolhi o assento no corredor. Tinha comigo metade de um comprimido pra dormir, minha mãe sempre tomava, seria bom pra relaxar.

Antes de entrar no ônibus, parei para comprar uma água, tomei minha metade do calmante pra que começasse quanto antes o efeito. Achei ter visto um rosto conhecido no tumulto, algum colega do tempo da escola, mas não, só achei. Logo anunciaram que meu ônibus havia chegado e me aproximei da plataforma. Como eu estava só com uma mala de mão, não precisei aguardar na fila pra bagagem grande, subi direto à procura do meu lugar. Sentei e só desejei para que a pessoa que deveria sentar ao meu lado perdesse o horário, desistisse, esquecesse, ou na pior das hipóteses, fosse magro e dormisse em silêncio.

O remédio era bom, já não estava agüentando mais ficar de olho aberto, mas lutava com o sono pra pelo menos ter certeza de que a pessoa não viria, ou então poder sair do caminho. Ouvi um ‘licença’ distante.

- Com licença?
-Ah, claro, desculpa. – Levantei no susto, quase caindo. Foi aí que pude olhar para a pessoa, um rapaz, da minha idade, que por acaso, eu conhecia. Ou conheci.
-Leo?
-Nando? – Me senti idiota chamando um cara, em um ônibus cheio, de ‘Nando’. Fernando seria o normal, eu acho. Eu julgaria se ouvisse um marmanjo chamando outro de Nando. Mas ele me chamou de ‘Leo’.  Ninguém mais me chamava assim, eu achava feminino demais, ‘Lê’ estava de bom tamanho pros mais chegados.

Mas antes que eu terminasse de pensar se estava ou não fazendo papel de idiota, Nando me ajudou a confirmar, veio e me abraçou. Um abraço que eu confesso que gostei, senti falta. Por dois segundos senti o vento do pátio do colégio, enquanto a gente corria sem motivo nenhum, senti o cheiro do misto quente da cantina. Mas o restante do meu corpo não acompanhou o raciocínio e o abraço foi dele, não nosso. Me senti um pouco mais culpado na minha parcela com o Nando. A gente era tão amigo, mas a vida acabou separando a gente. Ele passou por mim, meio sem jeito, pedindo desculpas com o olhar por ter me abraçado. Sentou-se.

-Desculpa, eu não esperava te ver. É que faz tanto tempo e... Não sei, só me deu vontade. Eu sou assim, impulsivo, você sabe.
-Não, tudo bem, eu que to quase dormindo, acabei tomando um remédio pra dormir e ta mais forte do que eu imaginava.
-Você ta no lugar errado.
-Ahn?
-Corredor. Você detesta corredor. A janela sempre foi sua... Você mudou tanto assim?
-Não, só não tinha lugar mesmo. – Eu estava oficialmente sem graça, me peguei mudando de lugar com o Nando. Como duas crianças que revezam pra olhar pela janela. Ele agia normalmente. Como sempre.
Me senti angustiado, porque eu na verdade lembrava porque eu havia me separado do Nando e naquele momento foi como se tudo tivesse um porquê. E o porquê daquela viagem, daquele emprego, de tudo, dependesse do que eu sempre tive engasgado aqui em relação ao Nando.
- Agora encosta aí nessa janela e dorme, que lutar contra o sono faz mal. Logo menos o efeito passa, essa viagem chacoalha demais e você vai vomitar esse treco, como em toda viagem de serra que a gente fazia, lembra?
- Mas claro que não – Eu ria desacreditado – Eu não vomito mais há anos, isso é coisa de quando eu era criança, Fernando, por favor.

O ‘Fernando’ saiu meio engasgado, como que não querendo sair. E o Nando não estava tão errado, eu sempre enjoei nessas viagens de ônibus, mas realmente depois que eu cresci conseguia me controlar, pensar em outras coisas, sentir o ar no rosto e pronto, passava. Eu queria conversar mais com ele, mas resolvi aceitar o fato de que eu estava caindo de sono. Dei mais um sorriso e encostei na janela, o ônibus já estava em movimento e acompanhando as luzes dos carros que passavam ao lado do ônibus adormeci.

Eu estava sonhando com uma nova casa, um apartamento aliás, mobiliado, com quadros abstratos na parede, mas eu estava com fome. Não, não era fome, mas minha barriga ainda assim se manifestava. O que era aquilo? Os quadros caíram e no susto acordei, sentindo o estômago pular na curva, mais uma vez não iria aguentar.

Mão na boca e um olhar de desespero. Nando levantou e me deu passagem, me acompanhando logo depois. Os dois naquele cubículo. Eu não sabia se vomitava, ou se me preocupava com o que estariam pensando. Eu ajoelhado, encarando a privada, ele com as pernas abertas por cima de mim, segurando meu cabelo para trás e com uma mão na minha testa. Não era a primeira vez que aquilo acontecia. E dentro de mim eu só desejava que não fosse a última.

Não me conformei de não ter uma piazinha sequer dentro do banheiro. Eu realmente havia decaído. Limpei a boca com o papel higiênico e me sentindo a pior pessoa do mundo, saí de lá, já esperando ver olhares desaprovando a cena. Pra variar um pouco, eu estava errado e estavam todos adormecidos. Sequer viram que eu estava ali. Voltamos aos nossos lugares.

Nando pegou sua mochila, tirou uma garrafa de água, um creme de mãos, uma barrinha de cereal e um chiclete. Kit pós-vômito. Eu lembrei de uma vez que fomos acampar com o colégio, todo mundo passou fome, frio, ou esqueceu alguma coisa. Menos, claro, eu. Mas só porque eu tinha Nando organizando nossas coisas. E depois me veio a imagem dos outros garotos batendo na barraca pela manhã, ‘acordando o casal’. Insuportáveis.

- Como você ainda consegue olhar pra mim, falar comigo, cuidar de mim. Depois do tanto que eu te destratei, Nando?
- Eu sei que não é o que você queria, Léo. A pressão de toda a escola em cima da gente não era fácil de aguentar. Eu sei. Estive lá também, se lembra? A diferença é que você tinha uma escolha, você poderia se afastar de mim. Eu não posso me afastar de mim, não posso deixar de ser algo que eu sou.
E ele dizia cada palavra com um sorriso no rosto, na sua comum paz de espírito. E eu deslocado, mal conseguindo encará-lo. Brincava com o bolsão de revistas da poltrona da frente, sem jeito.
- Eu senti sua falta.
- Eu também senti sua falta, Léo. Mas eu achei que você precisava desse tempo.
- Eu queria voltar atrás. Hoje eu sei como esses high school days não serviram pra nada, eu estaria seguramente melhor se nunca tivesse me afastado de você. Juro que queria.
- A notícia boa é que não há necessidade em se voltar nada. Eu não sei você, mas eu não estou em leito de morte. A gente tem uma vida toda pela frente...
- Eles diziam inverdades sobre mim, Nando. Diziam que eu só te usava pra prazer, que brincava com seus sentimentos e que eu era pior do que você, porque além de tudo não me assumia. Não quero dizer que ser pior que você é ruim, era só o jeito que eles falavam. Você entendeu o que eu quero dizer? Se eu pudesse fazer qualquer coisa, Nando. Qualquer coisa...

Ele levantou o braço da poltrona e como ninguém conseguia, me abraçou forte. Desta vez respondi o abraço, me acolhendo naquele amigo que tanto senti falta. Tudo poderia ser tão diferente. Se não fosse uma babaquice minha. Eu chorava feito criança. Ele só mantia o abraço forte o suficiente para me dizer que estava tudo bem, que ele não iria a lugar algum.

Ficamos assim. Eu meio deitado sobre seu peito, com os pés para cima da minha poltrona, numa das cenas mais gays da minha vida. E pela primeira vez eu tinha confiança o suficiente pra não me importar com absolutamente nada. Eu estava feliz.

O ônibus fez sua habitual parada e descemos. Entramos para pegar um chocolate quente e saímos para sentar num banquinho de madeira que ficava próximo a uma fonte com uns peixes dourados. Nando pegou um cigarro, me passou e depois acendemos juntos num único de seus fósforos, que ele sempre pegava em restaurantes, hotéis, motéis ou onde quer que tivesse. Era sua paixão.

- Eu queria ser gay.
- I beg your pardon?
- Sério, a minha vida seria tão mais fácil, eu poderia ter ficado com você desde aquele tempo, eu poderia ter dado razão a todos que queriam nos arrumar uma. E pronto, tudo resolvido.
- Ah, mas eu discordo profundamente! Se você fosse qualquer coisa diferente do que é eu não te amaria da mesma forma. Não teria me apaixonado no colégio e não te amaria até hoje.
- Você ainda me ama?
- Claro, eu nunca vou deixar de te amar. Mas amar é diferente de se apaixonar. No colégio, eu era apaixonado por você e você já me amava. Eu soube lidar com a situação, de que eu não poderia ter você da forma que eu queria, então aprendi a te amar. Mas acho que você não soube lidar com o fato de me amar, mas não estar apaixonado.
- Queria entender as coisas tão fácil como você.
- Eu demorei pra entender isso. Ou você acha que foi fácil ver você virando as costas e seguir adiante, sem mim? Não foi.
- Me perdoe.
- Pare de se desculpar, eu já disse, passou.
- Eu queria recompensar de alguma forma. Eu to disposto a... não sei como dizer.
Nando se aproximou, deu a última tragada em seu cigarro, jogou-o para longe, soprou para cima aquela fumaça densa. Passou a mão pelo meu pescoço, com a outra mão me segurando pela cintura. Só fechei meus olhos, esperando o que quer que fosse, eu devia isso a ele. Ele me abraçou forte, cariciando meus cabelos. E um beijo no rosto me deu.
- Tudo o que eu sempre quis nesta noite você voltou a me oferecer: sua amizade, sua cumplicidade, sua confiança. Fora isso só quero sua presença física mais vezes, porque eu estava mesmo com saudades.

Eu me senti um idiota. Com os olhos inchados e lacrimejando, só sorri. E tentava na minha mente entender como eu pude deixar uma amizade dessas quase me fugir por entre os dedos, só por me deixar levar, por não ter coragem de enfrentar. Enfrentar gente que hoje não é nada na minha vida, gente passageira.
Completamos a viagem contando sobre a vida, o que perdemos nesse tempo afastados, ou melhor, que eu me afastei. Ele estava namorando um cara, que eu iria adorar, gente como a gente. Ele já estava no nosso destino final, passando uns dias com os pais. Me convidou para ficar lá na casa da família, disse que era grande e que ninguém se importaria. Relutei, mas aceitei.

Tudo estava se encaixando, mesmo antes de se encaixar. E eu já tinha certeza de que o emprego seria meu. E um sentimento estranho de calma tomou conta de mim. Descemos do ônibus e fomos caminhando sem pressa pela rodoviária, procurando o namorado do Nando. Um cara passou pelo meio de nós, praguejando baixo. E imaginei qual era a dor que ele carregava no peito e precisava desesperadamente curar. Talvez ele ainda fosse pegar o ônibus. Mas eu não. Ainda bem que eu já estava em casa.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

# 002

Nessa delícia temos:
Kelis - Scream
Barbra Streisand - Duck Sauce
Cazwell vs Major Lazer vs Yolanda Be Cool - Pon de American Ice Cream Truck (Bambi MAsh up)
Far East Movement (FM) - Like a G6 (Disco Fries Remix)
Katy Perry - Peacock (Hector Fonseca 12'' Mix)
Inspector Gadget Remix
Miss Kittin - Frank Sinatra

I didn't commit any crime


But I don't need to explain. There's nothing to blame.

sábado, 9 de outubro de 2010

Parabéns, Van!



Super divertido!
Fomos ao Piola para comemorar o aniversário da Vanessa e do Rodrigo. Eu não conhecia o lugar, achei incrível, tem uma bebida deliciosa com sorvete de limão, vodka e não-sei-o-quê, não-sei-o-quê, não-sei-o-quê. Tinha um garçom amigo, que a Vanessa me acusou de flerte e ainda banalizou dizendo que eu sempre faço isso! E eu inocente só pegando umas dicas de fotografia. Tsc.

domingo, 3 de outubro de 2010

A festa da democracia nostalgia

Não sei porque nego reclama tanto de ter que votar. É rápido, é fácil, não dói. E teve bastante gente que lutou por esse direito-obrigação, sabe? Se você pega fila e sua zona é uma zona... bem, o problema é com você e o lugar que você mora, mude-se para um lugar melhor e transfira o título se é tão insuportável.

Aqui é bem tranquilo, sabe. E é sempre um parto entrar na minha antiga escola, mesmo tendo terminado em outro colégio. Depois que eu mudei de colégio minha vida deu um giro imenso e meio que é como se aqueles anos não tivessem existido. Sério.
Daquele tempo, só trago comigo uma amiga, que por sinal nunca foi da minha sala, éramos vizinhos e a amizade era fora de lá. Ainda bem, porque acho que foi isso que manteve a amizade forte. No tempo de escola a gente sempre acha que tudo é pra sempre, né? Não é.

Tudo diferente.
O portão estava menor, a quadra que a gente jogava queimada também. As rampas costumavam ser infinitas, hoje em poucos passos eu fui do térreo ao terceiro andar. Passei pelo anfiteatro, onde uma vez fiz curso de tapeçaria(!), onde aquela menina escorregou num biscoito, caiu e desmaiou. Ou então aquele cantinho da porta de emergência, onde a gente recostava e ficava falando da vida alheia (algumas manias são pra sempre).
Olhei o espaço debaixo da rampa, onde a gente ficava nos intervalos (e eu sempre dizia intervalo, achava 'recreio' infantil demais, mesmo no primário haha). Tinha um mini-labirinto nos fundos, que vivia encoberto por mato e tínhamos que andar por cima dele. E a trave do campo de futebol virada não estava mais lá pra gente ficar virando de ponta cabeça... Tinha um mural desta vez perto da secretaria: 'Se você me conhece, me leve pra casa' e algumas fotos de festinhas, de turmas antigas, de salas, de gente aleatória, de passeios. Vi uma com o pessoal da minha sala antiga e foi estranho. Não peguei a foto. Mas chegando em casa fui procurar nas minhas coisas pra ver se eu realmente tinha tido contato com tanta gente assim que eu nem lembro o nome. E tive. Mas tudo bem, eu sempre fui o cara das fotos e tenho muita gente guardada em caixas aqui. Queria saber por onde andam, o que fazem da vida hoje em dia, quais seriam seus novos sonhos? Pelo menos de alguns.

tá me esperando na janela
Se eu não me engano o nome dela era Rivânia e ele Kennedy

só as htinha
Ana Flávia, Tamires e Laura. O menino não sei.

Animação urrul / não.
Roberta e Robson

Bullying com o fotógrafo
Karina, Ana, Ju e queria muito lembrar o nome da de preto.

huuuuum
Mayra, Dani e Ayrton

So bonito?
Ninão, a que pra sempre ficou ♥

Ok, vergonha própria do dia partilhada, vou voltar lá a acompanhar os votos. Aqui em casa fica uma super tensão, só falta o Bial pra anunciar a porcentagem. E não, não vou nem comentar sobre quem votei ou quem não voto nem fodendo, porque né, desnecessário. Deixo isso pro msn cazamiga.

sábado, 2 de outubro de 2010

Mixtape #001

Be kind, is my first time.
Começa com Kylie bem linda, k-k-kinda drunk, abrindo passagem pros meninos do 3OH!3 com Ke$ha de enfeite. Daí Pink com uns black começam a festa sem medo (tavam esperando a Ke$ha walk in). A festa é latina e Pitbull, Lil Jon, Kat de Luna e Elephant Man transformam tudo em sangue, suor e tequila. La Riots remixa N.A.S.A. e dá passagem pra linda da Little Boots, que aquece tudo pros caras do Electrosound. Annie aparece só pra sair na foto e entrega a chave de ouro pro Scissor Sisters fechar o set. so bonito?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

Você quer sair da Net, mas a sua vida é a Net.

Há quem diga que sábados foram feitos pra gente sair and do some shit. Eu até concordo. Mas levando em consideração o que aconteceu nesse, é bom às vezes só ficar em casa falando merda com os amigos. Considerando uma modalidade super atual de amizade: virtual.
E bem no dia que eu resolvo criar um blog, por pura insistência, acaba acontecendo uma noite tão gostosa como a muito não acontecia. Claro que esse é só mais um blog, de tantos que não vingaram, de tantos que eu já abandonei, mas tudo tem mudado tanto, talvez isso da minha falta de capacidade de dar continuidade às coisas mude também. O que não muda - e espero eu que continue assim pra sempre - é essa turma que sempre que a gente precisa está on line pronta pra rir, falar sério, brigar e zuar! Aloprar tudo e todos, sem medo das consequências. E eis o que aconteceu:

A vida é bonita e graças a Deus existe gente que não tem o que fazer e faz esse tipo de coisa pra animar minha vida:
with yooooour hands up!

Nunca mais ouvirei Ke$ha com os mesmos ouvidos, juro. Obrigado à Sara que me mostrou esta verdadeira PÉROLA que eu com toda a certeza baixarei e deixarei no meu Ipod pra rever por horas e horas.

Aproveitando o embalo da música mais grudenta de todos os tempos da última semana, o Cauê mandou essa coreografia linda de deus que eu ainda quero aprender antes que eu não agüente mais ouvir essa música, tipo I gotta feeling:
Papanamericano! 


JC me apresentou Eliza Doolitlle, que eu não conhecia, achei super fofinho, me lembrou Regina Spektor:





I really don't like your skinny jeans. So take them off for me.





Ainda na pegada musical, Breno me mostrou HURTS, que eu gostei. Mas o fato mor foi ele contando que leu no Papel Pop e a gente ficou aloprando ele, por pura maldade. Nada contra, eu leio o PP, mas né, teoricamente ele não deveria. (Brincadeira, Breno)

So she throws him at the wall and kisses burn like fire... And suddenly he starts to believe.

E por último e obviamente menos importante, Motta esbagaçou com MC Gi. Uma música chicletão que não sairá tão cedo da sua cabeça:
Balança minha Pipa que ela aumenta!

E eu tinha uma idéia de primeiro-post-ideal, pra pelo menos animar, mas ontem acabamos num chat delicioso, regado de risada paralela, com maldades no MSN e surtos no skype:
do the bocetinha

Markinhos te engoliria, se pudesse.
Pedro hiperativo
Lucas - escondendo o ouro do mundo.

Achei engraçado pra caralho MESMO ter criado o blog e então meus amigos virtuais de repente estarem tão presentes e a gente passar algumas horas tão gostosas. A maioria eu já consegui conhecer, já amei até cansar e tudo mais, nem os considero mais 'virtuais' mas é sempre divertido quando cada um em seu cantinho do país se conecta e a gente mata a saudade de um jeito diferente, meio estranho, que até satisfaz, mas nunca por completo.