quinta-feira, 30 de junho de 2011

os amigos que não tive ou evitava ter. q


Vida, sua comédia.
Fico pensando em como a gente cria falsas ilusões. A gente não, eu. Um exemplo: no meu antigo emprego, tinha um cara que eu tinha pouco contato, mas que só dele sentar na mesa com a gente, pra almoçar, eu já sentia náuseas. Arrogância exalava dele.
Talvez fosse o fato de saber que ele só tava ali porque tinha nome e assim ele conseguia as coisas ‘mais facilmente’. Assim até eu consigo, eu pensava.

Daí que o mundo deu uma voltinha e bang! Descobri que na nova proposta de emprego eu iria trabalhar junto com ele. Fiquei preocupado, pensando no santo que não ia bater, no jeito arrogante, no aparente mau humor matinal, nas intromissões. Lembrei do dia que ele me viu com meu Blackberry. Parecia criança descobrindo que o amiguinho sabia brincar do mesmo jogo dele. Queria saber de aplicativos que eu usava e só não pediu que eu o seguisse no twitter porque ele obviamente esperava que eu pedisse primeiro. Erro.

Bom, e lá to eu no emprego novo, sem carona, sem lugar pra almoçar... Ele já estava lá por um tempo e uma coisa levou à outra. A gente ia almoçar juntos, ele me dava carona algumas vezes até um lugar mais acessível. Nada de mais. Mas não tem como a gente não conhecer mais da pessoa.
Acabou que ele não era esse monstro todo. Tirando o mau humor matinal, to pra dizer que o acho até legal. A gente partilha alguns interesses em comum, acho até que temos um interesse em comum que ele ainda nem sabe, mas existe, que eu sei.

É bom trabalhar com gente que quando nos vê apurado, ajuda. Atenção: não vale SE DISPOR a ajudar, tem que de fato levantar o boomboom da cadeira, pegar um telefone, passar uns e-mails e, pronto, vir com a solução. Descobri que ele não tem medo das coisas banais, que ele não tem medo de abraçar problemas que nem dele são, que na real tem medo de nada, a não ser aranhas. Me senti idiota. Quase mal agradecido, por saber que com gente que temos em comum, eu cheguei a zombar da situação. Erro grave.

E o mais legal é que eu precisei ter isso no trabalho, pra identificar na vida quantas vezes eu fiz isso. Dá uma dor no peito, acho que se chama culpa... Ou arrependimento. Porque culpa a gente sente mesmo de algumas coisas, normal. Mas nem sempre rola um arrependimento verdadeiro. Gente que pelo pouco contato achamos ser uma coisa, ouve uma história perdida aqui, outra ali e opa, ta decidido, eu não vou com a cara dele. Nunca gostei, nunca vou gostar. PÃ!

Mas a vida, essa linda, sempre te dá esse tapinha na cara, com luva de pelica rosa e te aproxima de quem você não espera. Te surpreende. E então o sentimento é de como quando você descobre um seriado, que tanta gente já assistiu, mas você ainda desconhecia. É como ver um filme que adiava assistir e de repente se apaixona pela história. Aquele vazio, aquela sensação de tempo perdido. AI, se eu tivesse descoberto isso antes!

No caso específico, meu novo colega de trabalho vai ser transferido e sabe Deus o que me aguarda depois que ele sair de vez. Ele já não vem mais todos os dias, ta fazendo um tipo de treinamento. Bizarro: a sala fica mais quieta e eu sinto falta dele vir com o notebook na minha mesa, me mostrar um vídeo, ou uma imagem engraçada – nem sempre nova, mas. Comentar algo maldoso de alguém no Facebook dele e tudo mais.

Surge uma vontade de pedir desculpas, sabe. Mas daí imagina explicar que a pessoa antes não tinha mérito pra participar da tua vida, mas ela GANHOU isso. Haha
Soa pior, eu acho. A arrogância que antes eu só via nele notei que, ixi, tava em cima de mim também. Que coisa. E com todas as outras pessoas também... não deve valer a pena. Como diriam: quanto mais mexe, mais fede.

Que essa falta que ele já faz me sirva de lição. E que ela seja o suficiente pra eu nunca me esquecer, e assim, não ter mais essa sensação ruim. Já aprendi, Karma, pode parar. E pra ajudar, esses dias ele me ligou sem compromisso, só pra ver se tava tudo legal, me contou de um e-mail que recebeu. Assim, sem querer nada, sem precisar avisar nada... ‘Só pra dar um oi mesmo’.

Calma, não to insinuando nada não, longe... BEM LONGE disso. E olha que eu sou louco pra achar sinais onde não tem. Sério, não têm nada além de amizade nessa ligação dele. Mas de fato, me desconcertou. Pensei quantas ligações dessas eu já recebi. Dá pra contar nos dedos. E Deus me livre, também não quero, quem me conhece sabe que eu odeio telefone, salvo raras exceções – e trabalho. Quer me fazer feliz? Me manda um inbox, me conta teu dia no e-mail, abre aí a janela do msn. Mas pra quem não sabe disso, é de se considerar.

Nem sei porque to escrevendo sobre isso. É mais um note to self do que vontade de compartilhar. Mas que fique exposta aqui esta ferida. Vejam bem como ela é, porque dói. A minha eu to cuidado e passando remédio... logo fica tudo bem.

domingo, 5 de junho de 2011

Mixtape #010



Enjoy the Silents (Akira Yamaoka VS Morcheeba VS Benga & Coki) - Colatron
Go Outside - Cults
Black Song - White Lies
Lovesong - Adele
Taxi Cab - Vampire Weekend
Remember to Forget - Shane Mack
I Came Here to Get Over You - Brandon Flowers
Dancing at a Funeral - Brett Dennen
Life Love Laughter - Donavon Frankenreiter
The Bus - Peixoto & Maxado
FAIXA BÔNUS - *boooom*